sábado, 24 de outubro de 2009

Entenda a crise do crédito – confira os efeitos no Brasil

Por: Terra

Confira os principais acontecimentos da crise econômica, que começou com os empréstimos de risco nos Estados Unidos.

A Bolha do crédito

Um período de forte disponibilidade de recursos (liquidez) no mercado internacional gerou um esgotamento de clientes no segmento de financiamento imobiliário e hipotecas nos Estados Unidos. Com recursos sobrando e poucos consumidores com bom histórico de pagamentos disponíveis, os bancos passaram a emprestar dinheiro nestas modalidades a pessoas que tinham menos garantias

Os primeiros problemas

Os problemas para as instituições financeiras começaram no início de 2007, quando foram divulgadas as primeiras perdas com este tipo de negócio, frente às dificuldades para recuperar os empréstimos concedidos. Em março daquele ano, a associação de bancos hipotecários dos EUA apontou que a inadimplência no setor alcançou seu ponto mais alto em sete anos. Outro dado divulgado mostrou que os preços de imóveis no país registravam sua primeira queda anual desde 1996.

Além dos problemas nas instituições financeiras, a crise chegou às bolsas de valores já que estes mesmos bancos vendiam papéis atrelados aos ganhos com os empréstimos imobiliários. Com medo de perdas, houve uma corrida para resgatar o dinheiro aplicado nestes fundos e, conseqüentemente, uma preocupação se os bancos teriam condição de honrar os compromissos com os investidores em fuga.

Outro setor afetado pela crise foi o do ramo de seguros. Além das apólices imobiliárias, as seguradoras também protegiam os contratos de alto risco dos bancos de investimento no subprime, que perderam o valor e estão no foco da crise financeira.

Sucessão de quebras

Os primeiros reflexos nos bancos do agravamento da inadimplência no subprime começaram a ser vistos em abril de 2007, quando a New Century Financial, a maior empresa independente de crédito imobiliário subprime dos EUA, entrou com pedido de proteção contra falência e demitiu metade de seus funcionários. Em meados de março, a companhia já tinha parado de conceder financiamentos, abalada pelo aumento da inadimplência.

O repasse das dívidas da New Century para outras instituições financeiras começou a gerar um efeito cascata no setor. Ainda no mês de abril, o Citigroup anunciou perdas de US$ 5 bilhões no primeiro trimestre de 2007 e, em julho, o Bear Stearns decretou a falência de dois de seus fundos de investimento.

Em agosto, o banco francês PNB Paribas disse a seus investidores que eles não conseguiriam resgatar seus investimentos, devido à "completa evaporação da liquidez" do mercado, em um sinal claro de que os bancos estavam recusando-se a emprestar dinheiro uns aos outros. No mesmo mês, o American Home Mortgage, décimo maior banco hipotecário dos Estados Unidos, também declara moratória.

O banco britânico Northern Rock pediu e recebeu ajuda financeira emergencial do banco central. No dia seguinte, os correntistas retiraram cerca de US$ 2 bilhões, em uma das maiores fugas de capital da Grã-Bretanha.

No último mês de 2007, o presidente americano, George W. Bush, anunciou um plano para ajudar 1,2 milhão de pessoas com dificuldade hipotecárias. O Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) coordenou uma ação com outros cinco bancos centrais para enfrentar o problema de falta de dinheiro nos mercados.

A passagem do ano só fez com que os problemas na crise aumentassem. Fevereiro (2008) começou com a nacionalização, por parte do governo britânico, do banco Northern Rock. Em 17 de março de 2008, após forte queda de suas ações, o americano Bear Stearns, quinto maior banco dos EUA, foi vendido ao JP Morgan por US$ 236 milhões. Um ano antes da compra, o valor de mercado do Bear era de US$ 18 bilhões. A operação só foi concretizada após o FED ter aceitado financiar US$ 30 bilhões de ativos de menor liquidez da instituição com problemas.

Em busca de capital, o banco britânico Royal Bank of Scotland (RBS) anunciou o plano para levantar dinheiro junto aos acionistas, lançando novas ações no mercado, que chegaram ao valor 12 bilhões de libras (mais de R$ 41 bilhões), o maior lançamento de ações da história corporativa da Grã-Bretanha. Em ações similares, o UBS, um dos mais afetados pela crise financeira mundial, também lançou ações no valor de US$ 15,5 bilhões para cobrir parte de suas perdas, que chegaram a US$ 37 bilhões, e o Barclays também anunciou planos para levantar 4,5 bilhões de libras (cerca de R$ 15,4 bilhões) com lançamento de ações.

Em julho, o IndyMac Bancorp sofreu intervenção por parte de autoridades americanas. O banco viria a pedir proteção à lei de falências apenas três semanas depois. Em agosto, o HSBC alertou que as condições dos mercados financeiros são as mais difíceis "das últimas décadas", depois de sofrer uma queda de 28% em seus lucros semestrais.

No mês de setembro, o governo americano assumiu o controle das gigantes de financiamento de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac que, juntas, detinham quase metade dos US$ 112 trilhões em dívidas com hipotecas no país.

No mesmo mês, outras três grandes instituições financeiras envolvidas na crise de crédito tiveram destinos distintos. Depois da falha na busca por um comprador, o Lehman Brothers - 4º maior banco de investimento dos EUA - pediu concordata, afetado por perdas acumuladas de US$ 7,8 bilhões e uma carteira de ativos que ainda contava com US$ 54 bilhões em investimentos atrelados ao mercado imobiliário com risco potencial de difícil avaliação.

No mesmo dia, o Merrill Lynch, um dos principais bancos de investimento americanos, concordou em ser comprado pelo Bank of America por US$ 50 bilhões para evitar prejuízos maiores.

Um dia depois, a seguradora American International Group (AIG) recebeu um empréstimo de US$ 85 bilhões do governo americano para evitar um possível pedido de falência, após perdas de US$ 18,5 bilhões em três trimestres consecutivos. A empresa foi afetada por ter muitas apólices que protegiam bancos de perdas com investimentos de alto risco.

O banco Washington Mutual - maior de poupança e empréstimos nos EUA - também foi fechado pelo governo, na maior falência de um banco na história do país. Os ativos bancários da instituição foram vendidos ao JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão. Segundo o órgão que fechou o Mutual, o banco tinha US$ 188,3 bilhões em depósitos e foi descrito como uma instituição de US$ 307 bilhões.

Ainda no mês de setembro, o FED aprovou a transformação dos dois últimos grandes bancos de investimento do país – o Goldman Sachs e o Morgan Stanley – em instituições comerciais

Setembro também marcou o alastramento da crise pelo setor bancário europeu com a nacionalização parcial do grupo belga Fortis, para garantir sua sobrevivência. Autoridades na Holanda, Bélgica e Luxemburgo aceitaram investir 11,2 bilhões de euros na operação.

Na Grã-Bretanha, o governo confirmou a nacionalização do banco de hipotecas Bradford & Bingley. O governo assumiu o controle de financiamentos e empréstimos do banco no valor de 50 bilhões de libras (cerca de R$ 171 bilhões) enquanto suas operações de poupança e agências foram vendidas para o Santander, da Espanha. Já o governo da Islândia assumiu o controle do terceiro maior banco do país, Glitnir, depois que a companhia teve problemas com fundos de curto-prazo.

Outro banco atingido fortemente pela crise, o americano Wachovia, teve sua compra pelo Wells Fargo referendada pelo FED, após uma disputa que também envolveu como possível comprador o Citigroup.

EUA lançam pacote de US$ 700 bilhões

Diante do aumento das perdas e a quebra de mais bancos, o governo americano resolveu elaborar, em setembro de 2008, um plano de ajuda às instituições financeiras. O pacote, delineado pelo Tesouro americano, foi destinado inicialmente para a compra de títulos podres ligados ao subprime, como forma de recuperar o seu valor e estabilizar os mercados.

No dia 28 de setembro, os líderes do Congresso dos EUA e da Casa Branca fecharam o acordo para a votação do plano, inicialmente na Câmara de Representantes (Deputados) e, dois dias depois, no Senado.

No dia seguinte, a câmara baixa do Congresso americano rejeitou o pacote, com extrema desaprovação entre os membros do partido Republicano - mesmo do presidente George W. Bush. Na esteira da rejeição, a Bolsa de Nova York caiu 6,98% e sofreu a, até então, maior queda em pontos de sua história.

Em meio a apelos diários do presidente americano, o Senado americano vota o plano de US$ 700 bilhões, mas com algumas modificações, como isenções fiscais, aumento das garantias de depósitos bancários particulares e a limitação nas remunerações de executivos de bancos beneficiados pelo pacote. O projeto aprovado na casa tinha cerca de 400 páginas, contra 100 páginas do original que foi rejeitado pelos representantes dois dias antes.

As medidas seriam mais tarde, no dia 3 de outubro (2008), referendadas pela Câmara de Representantes e sancionadas no mesmo dia pelo presidente americano.

Apesar de celebrado, o pacote não gera estabilidade nas bolsas de valores e requer medidas adicionais. Como parte da liberdade para destinar os recursos conforme a situação exigisse, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, anunciou, na esteira de países europeus, que US$ 250 bilhões dos US$ 700 bilhões seriam usados pelo governo americano para recapitalizar os bancos do país - medida que foi aceita de início por nove grandes instituições financeiras dos EUA.

A reação européia

Vendo a situação nos mercados mundiais piorarem, na esteira de uma sucessão de quebras de bancos, em setembro (2008), e do efeito quase nulo do pacote dos Estados Unidos sobre as bolsas de valores, os países europeus começaram a trabalhar em medidas mais efetivas contra a crise financeira.

Inicialmente, foram tomadas medidas isoladas por alguns países, como a garantia ilimitada de todos os depósitos, papéis e dívidas dos bancos da Irlanda, concedida em 30 de setembro pelo governo do país.

A atitude irlandesa colocou outros países europeus sob pressão, pois a extensão das garantias aos depósitos particulares poderia gerar um efeito dominó, visto que na União Européia (UE) a circulação de capital é livre e as pessoas poderiam simplesmente retirar seu dinheiro e depositá-lo em países com as maiores garantias, complicando ainda mais a liquidez dos já combalidos bancos do continente.

O caráter integrado da economia e do sistema financeiro, conjugado com a ausência de uma autoridade comum, levou os países do bloco a manifestaram a intenção de tomar medidas em comum para amenizar a turbulência.

Depois da Irlanda, o Reino Unido anunciou, no dia 8 de outubro 92008), um plano de 50 bilhões de libras para recapitalizar os bancos do país.

Sob pressão do efeito abaixo da expectativa do pacote americano e reunidos em Paris, no dia 12 de outubro, os líderes dos 15 países que adotam o euro como moeda decidiram, além de garantir os empréstimos interbancários, recapitalizar os bancos do continente e assegurar que nenhuma instituição financeira quebrasse.

Além disso, eles acordaram que os países do bloco deveriam estender suas garantias para depósitos particulares a pelo menos 50 mil euros, ressaltando que alguns países garantiriam até 100 mil euros.

Ao longo da semana seguinte, Alemanha (500 bilhões de euros) e França (360 bilhões de euros), além de outros membros da UE, anunciaram planos para estabilizar seus mercados financeiros.

Os efeitos no Brasil

O agravamento da crise de crédito no exterior começou a ter reflexos nas economias emergentes, que antes eram tidas como "blindadas" contra a crise. No Brasil, em 24 de setembro, o Banco Central (BC) tomou sua primeira medida. A autoridade monetária brasileira adiou a implementação de um recolhimento compulsório, a ser feito em títulos federais, sobre leasing.

No começo de outubro, em face de uma retração mais severa de crédito, o BC decidiu flexibilizar a regra do recolhimento compulsório para depósitos bancários a prazo - apontada pelos bancos como justificativa para o spread bancário (diferença entre os juros de captação do dinheiro pelo banco e os que são cobrados a empresas e pessoas físicas). Na época, a medida foi apontada como capaz de irrigar a economia com até R$ 23,5 bilhões.

Dias mais tarde, o Banco Central modificou novamente as regras, autorizando as instituições financeiras a abater do volume do compulsório o valor das carteiras de crédito que venham a adquirir de outros bancos pequenos e médios (com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões).

Em face de uma queda de 15% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião Conselho Político da Coalizão (que reúne sua base de apoio no Congresso Nacional), decidiu editar uma medida provisória permitindo ao Banco Central comprar a carteira de crédito de bancos pequenos.

A medida serviria para evitar que as instituições financeiras, caso ocorressem problemas de liquidez, tenham de vender suas carteiras e preços irrisórios e assim evitar quebras como as vistas nos Estados Unidos.

No dia 13 de outubro, o BC editou nova circular, pré-disponibilizando de forma integral os recursos referentes a alguns recolhimentos compulsórios de depósitos bancários. A medida, com impacto potencial de R$ 100 bilhões, ficou condicionada às necessidades do mercado.

No dia seguinte, a autoridade monetária reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 42% - ação com impacto estimado de R$ 3,6 bilhões.

Além dos reflexos na concessão de crédito, o agravamento da crise financeira também trouxe turbulência na cotação do dólar ante o real. A moeda americana teve alta de cerca de 50% em relação à brasileira no espaço de dois meses (agosto, setembro e começo de outubro).

A escassez de dólares no mercado forçou uma atuação do BC, que passou a vender moeda das reservas internacionais, contratos futuros e com compromisso de recompra para tentar estancar a alta da divisa ante o real.

Bolsas registram perdas históricas

A venda de papéis atrelados ao mercado subprime, por parte dos bancos, como opções de investimento, trouxe pânico às bolsas de valores pelo mundo após o colapso deste segmento imobiliário, ocorrido principalmente nos Estados Unidos.

O agravamento da crise levou o Dow Jones, principal índice da bolsa de Nova York, a acumular perdas de cerca de 30% em 2008, além de quebrar dois recordes históricos: maior queda em pontos para um só dia (777,68 em 29 de setembro) e maior queda percentual desde o crash de 1987 (7,87% em 14 de outubro).

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu a euforia com a conquista do investimento grade, por parte do País, no meio do ano. De seu pico, em 20 de maio, aos 73.516 pontos, o índice perdeu 50,49% até o fechamento do dia 17 de outubro, aos 36.399 pontos.

O vai-e-vem das expectativas, levadas pelos anúncios de pacotes de resgate do sistema financeiro pelo mundo, levou a bolsa brasileira a ter uma alta de 14,66%, em 13 de outubro, a cair 11,39% dois dias depois.

A pressão foi sentida em outros mercados, como o de Tóquio – também fortemente ligado a empresas exportadoras, onde a bolsa teve, em 8 de outubro, uma queda de 9,38% - a segunda maior da história. Na semana seguinte, em 16 de outubro, a bolsa japonesa voltou a tombar e a queda de 11,4% passou a ser a segunda maior do índice.

A crise financeira também teve reflexos na cotação do preço do petróleo, que, em 2008, tinha batido uma série de recordes históricos, chegando ao patamar de US$ 140. Com os temores de redução na demanda pela commodity, o barril passou a ser negociado próximo do patamar dos US$ 70 por barril, metade do pico de 2008.

Biocombustíveis podem agravar aquecimento

Por: Terra

Nos últimos anos, os biocombustíveis foram apontados como a melhor alternativa ao petróleo para reduzir, a curto prazo, a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. De acordo com os entusiastas dessas formas de energia, o cultivo de plantas usadas na produção dos biocombustíveis, como a cana-de-açúcar e o milho, absorve CO2 e teria uma participação menor no aquecimento global.

Um novo estudo mostra que essa teoria, que durante muito tempo foi usada para vender as vantagens do etanol e do biodiesel, pode estar equivocada. Reportagem publicada na revista inglesa Economist revelou que cientistas do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), associação que reúne pesquisadores de todo o mundo, levantaram dúvidas sobre os verdadeiros impactos da produção e queima de biocombustível no aquecimento global.

O Conselho conclui que a produção de biocombustíveis pode, na verdade, agravar o problema. O relatório cita conclusões de uma controversa pesquisa realizada em 2007 por Paul Crutzen, pesquisador do Instituto Max Planck de Química, localizado em Mainz, na Alemanha. Na época, ele concluiu que o papel de um gás emitido no processo de produção dos biocombustíveis foi subestimado na conta do aquecimento global. Segundo o pesquisador, o óxido nitroso (N2O) liberado por culturas agrícolas usadas na produção de biocombustíveis anula as vantagens oferecidas pela redução das emissões de CO2.


De acordo com pesquisadores brasileiros, a produção de biocombustíveis no País é bastante natural, usando técnicas de plantio sem grande impacto ambiental

Embora a presença de N2O na atmosfera da Terra não seja comum, ele é o mais potente causador do efeito estufa - ainda mais do que o CO2. Segundo as pesquisas, a capacidade de aquecer o planeta do N2O ao longo de um século é quase 300 vezes maior do que uma quantidade equivalente de CO2.

O N2O é produzido por bactérias que vivem no solo e na água e, hoje, é usado na fabricação de adubos. Desde a década de 1960, o montante de fertilizantes utilizados pelos agricultores aumentou seis vezes e nem todo o nitrogênio é absorvido em suas culturas. O milho, uma das principais fontes de biocombustíveis, é descrito por especialistas como uma planta "escape de nitrogênio" porque tem raízes profundas e absorve nitrogênio por apenas alguns meses do ano. Isso o torna um grande contribuinte para as emissões globais de N2O.

Relatório não avaliaria resultado total das emissões

Para pesquisadores brasileiros, os resultados dessa pesquisa são parciais e atendem aos interesses dos países que querem manter o monopólio do petróleo na produção de combustíveis. Segundo o Professor Ennio Peres da Silva, Chefe do Laboratório de Hidrogênio da Unicamp, que estuda energias alternativas aos combustíveis fósseis, "se considerarmos toda a cadeia produtiva do petróleo, do poço ao posto, a emissão de gases causadores do efeito estufa é muito maior do que a da cadeia produtiva dos biocombustíveis".

O professor lembra que o Brasil tem grupos de pesquisa especializados em impacto ambiental das novas formas de energia, que realizam análises considerando todas as variáveis do processo produtivo e de queima dos combustíveis para avaliar os danos ambientais causados. "Ninguém vai convencer a cientistas e pesquisadores sérios especializados no assunto que, do ponto de vista ambiental, o petróleo é melhor que os biocombustíveis", afirma.

De acordo com os resultados dessas pesquisas, no processo de produção dos combustíveis fósseis existe uma grande quantidade de gases causadores do efeito estufa que são emitidos desde a extração - levando em conta a evaporação causada pelo derramamento no solo e oceanos - passando pela planta de produção, até o consumo dos combustíveis que libera grande quantidade de gases como o CO2 e o metano - gás considerado 21 vezes mais nocivo do que o CO2. O gás metano não está presente na produção nem na queima dos biocombustíveis.

O CO2 está presente na cadeia de produção e consumo dos biocombustíveis porém, neste caso, o composto é devolvido à atmosfera na mesma quantidade que é absorvido pelas plantas que servem de matéria-prima. Já o dióxido de carbono resultante da produção e consumo de combustíveis fósseis é retirado do solo e lançado à atmosfera, aumentando a quantidade total de gases causadores do efeito estufa.

Biocombustíveis podem agravar aquecimento

Emissões de N2O

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil, resultados de estudos indicam que até 30% da necessidade de nitrogênio na cana-de-açúcar pode ser fornecida por um processo conhecido como fixação biológica de nitrogênio (FBN), com tecnologia desenvolvida pela própria Embrapa e que reduz a aplicação de fertilizante nitrogenado mineral, que produz o N2O. Pesquisas em andamento buscam aumentar para 50% (ou mais) a participação da FBN no fornecimento de nitrogênio para a cana-de-açúcar.

A Embrapa explica que o nitrogênio é um nutriente essencial para todas as culturas - tanto para a produção de alimentos como de produtos como os bicombustíveis - exceto para aquelas que podem usar a FBN. Todas as culturas que necessitam do nitrogênio poderiam causar, portanto, o impacto ambiental previsto na pesquisa apresentada pela Economist. com.

"O controle que se pode ter é no manejo da adubação com a aplicação de doses corretas, em épocas apropriadas, de tal forma a suprir a demanda na necessidade da planta, evitando-se sobras do nitrogênio no solo. Trata-se de utilizar as chamadas Boas Práticas Agrícolas, como fazemos no Brasil", afirma Esdras Sundfeld, Chefe de Pesquisas da Embrapa Agroenergia.

Esdras Sundfeld afirma que, no caso do biodiesel, atualmente, a matéria prima mais utilizada é o óleo vegetal de soja. "No Brasil, toda a demanda de nitrogênio para cultivo da soja é atendida pela FBN e, portanto, não se usa fertilizante nitrogenado na cultura de soja", diz.

Na mesma linha, Ennio Peres da Silva ressalta que a produção de biocombustíveis no Brasil é bastante natural, usando técnicas de plantio sem grande impacto ambiental. "Nós sabemos de longa data que nossa produção de matérias-primas para os biocombustíveis - como a cana-de-açúcar - emprega processos soft (se comparados à produção em outros países como os Estados Unidos). Os nossos processos tem baixíssimo impacto ambiental".

De acordo com os pesquisadores, os resultados favoráveis ao biocombustível se mantém em grande escala, se for considerada uma produção nos moldes da que é realizada no Brasil. As culturas de milho e canola - utilizadas como matérias-primas para biocombustíveis nos Estados Unidos e países da Europa, respectivamente - produzem menos por hectare em relação à cana-de-açúcar ou à soja que são utilizadas no Brasil e demandam mais insumos agrícolas como fertilizantes com nitrogênio, que produzem o N2O.

Novas tecnologias em biocobustíveis

Mesmo com os resultados favoráveis, os pesquisadores do Brasil - e do mundo - têm consciência quanto a possíveis problemas como as emissões de N2O. Assim sendo, novos estudos buscam tecnologias que mantenham o biocombustível como uma das fontes de energia renovável com melhor resultado no que diz respeito às emissões de gases causadores do efeito estufa.

Entre as alternativas que a ciência já aponta, está a produção de etanol a partir da celulose, utilizando o bagaço resultante da produção de papel que hoje é queimado.

O professor Ennio Peres da Silva afirma que a produção de etanol com celulose ainda não é realizada em grande escala por sua inviabilidade econômica. Porém, com o desenvolvimento de tecnologias de produção, esta é uma alternativa iminente.

Outra alternativa que já está em desenvolvimento por uma empresa britânica é a produção de etanol a partir de lixo biodegradável. Segundo a empresa química Ineos Bio, esta produção será possível em escala industrial dentro de dois anos.

Além das novas possibilidades, a Embrapa busca aumentar o rendimento de biocombustíveis por hectare nas matérias-primas já utilizadas, realizando estudos com variedades de plantas como a cana-de-açúcar. Além disso, novos sistemas de produção mais eficientes estão em desenvolvimento pela Empresa.

Real é moeda mais valorizada em 5 anos

Por: Terra

O real é a moeda que mais se valorizou nos últimos cinco anos, de acordo com estudo do economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira. Nesse período, a valorização acumulada do real frente ao dólar chega a quase 30% (já foi de mais de 60% no período acumulado da “bolha de Wall Street”, entre janeiro de 2005 e julho de 2008).

De janeiro de 2005 e junho de 2009, o real se valorizou 28,5%, informa Pereira. No mesmo período, o yuan, moeda chinesa, teve uma valorização de 17,6% ante o dólar. O iene, moeda japonesa, valorizou-se 7,0%, o euro, 5,3%, e o peso chileno, 2%. Já o peso argentino e o peso mexicano se desvalorizaram em relação à moeda norte-americana: 26,0% e 18,2%, respectivamente.

De acordo com o economista, parte desse processo de forte valorização é decorrência de o País haver recuperado credibilidade no mercado internacional, aumentando a capacidade de atrair capital estrangeiro, e ter diminuído sua vulnerabilidade macroeconômica, reduzindo o déficit fiscal e o endividamento relativo, com melhora do perfil da dívida mobiliária.

"Parte do processo é consequência, porém, de um descasamento das políticas monetária e fiscal. Como consequência, houve um ganho excessivo de valor por parte da moeda brasileira, o que, por conseqüência, encarece as exportações
brasileiras", observou o economista da RC.

"Estando a taxa internacional de juros próxima a zero e o risco-Brasil abaixo dos 300 pontos-base, o Brasil pode, calculadamente, praticar uma taxa nominal de juros próxima a 9,0% ao ano, sem qualquer ameaça à estabilidade de preços.

A apreciação da taxa de câmbio, com desaceleração econômica, dá maior espaço para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central não economize em cortes da taxa Selic. O ideal, portanto, seria um corte em 100 pontos-base", conclui Pereira.

O que é gripe A (H1N1)?

Por: Texto adaptado de clicRBS
O que é gripe A (H1N1)?

É uma doença aguda respiratória altamente contagiosa entre seres humanos, que leva a um quadro de infecção respiratória. Embora ainda não esteja comprovado, acredita-se que o vírus tenha vindo de uma série de mutações originadas em porcos.

Com o aumento dos casos da gripe A (H1N1) no RS, devo usar máscara?

Não há necessidade. Até então, os pacientes contraem o vírus em outros países, e não há contaminação conhecida entre a população gaúcha. Os equipamentos de produção individual, com máscaras, devem ser utilizados por pessoas com suspeita de contaminação (que apresentam sintomas ou estiveram em países afetados ou em contato com viajantes provenientes destes locais e pelos profissionais envolvidos no seu atendimento ou inspeção dos meios de transporte.

Tenho sintomas de gripe. Como posso saber se é um caso de gripe A (H1N1)?

Apenas se houver febre alta repentina (maior que 38 graus centigrados) e tosse, podendo estar acompanhas de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, e dificuldade respiratória. Além disso, o doente deve ter apresentado esses sintomas até 10 dias após sair de países que reportam casos da influenza A ou ter entrado em contato próximo com uma pessoa suspeita de infecção (como alguém que esteve em uma região afetada e apresentou os sintomas até 10 dias depois.

Se suspeitar da gripe A (H1N1), devo procurar um posto de saúde ou um dos hospitais de referência?

Procure a unidade de saúde mais próxima, onde será examinado. Se houver suspeita de contaminação pela gripe A (H1N1), com base na análise clínica e na investigação sobre a possibilidade de exposição ao vírus, poderá ser encaminhado a um hospital de referência. Dependendo da gravidade dos sintomas, o paciente pode ser mantido em casa, bob monitoramento.

Há tratamento para influenza A (H1N1) disponível?

Sim. Há um medicamento antiviral indicado pela OMS e disponível na rede pública de saúde que será usado apenas por recomendação médica, a partir de um protocolo definido pelo Ministério da Saúde. O remédio sói faz efeito se for tomado até 48 horas a partir do início dos sintomas.

Devo tomar algum remédio preventivamente, mesmo sem sintomas?

Ninguém deve tomar medicamento sem indicação médica. A automedicação pode mascarar sintomas, retardar o diagnóstico e até causar resistência ao vírus.

Devo cancelar a viagem para a Argentina ou o Chile?

Segundo a Secretária Estadual da Saúde, não há recomendação oficial de evitar viagens aos países sul-americanos. Como a taxa de natalidade da doença é modesta, mesmo em comparação a uma gripe comum (cerca de 0,45%), e a proporção de casos ainda é pequena em relação ao total da população, o governo não orienta a suspender viagens.

Nas regiões afetadas, o que posso fazer para reduzir as chances de contaminação?

Use mascaras cirúrgicas descartáveis durante a permanência na área de risco. Ao tossir ou respirar, cubra o nariz e a boco com um lenço, preferencialmente descartável. Evite lugares com aglomeração de pessoas e contato direto com pessoas doentes. Não compartilhe alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal e evite tocar olhos, nariz ou boca. Lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar. Fique atento, ainda, às medidas preventivas recomendadas pelas autoridades locais das áreas afetadas.

Com a aproximação dos meses de inverno e a temperatura caindo, há maior risco de disseminação da gripe A (h1N1) no estado?

Sim. O risco de disseminação do vírus aumento com o frio, como o de qualquer outra gripe. È importante que todos procurem se alimentar bem, dormir bem, usar agasalho para se proteger do frio e evitar ambientes fechados com grande aglomeração de pessoas.

Existe vacina contra a gripe A (H1N1)?

Até o momento, não. Está em estudo a elaboração de uma vacina eficaz.

Qual o estado de saúde de quem foi contaminado pela doença?

A maior parte dos casos confirmados em diversos países com descrição de sintomas apresenta quadro clínico leve ou moderado com resposta favorável ao tratamento específico, quando indicado, ou às medidas de suporte clínico. Existe uma maior frequência de casos mais graves entre pessoas com doenças crônicas preexistentes.

Alguém já morreu no Brasil devido à pandemia?

Até o momento, não.

Se eu tomar a vacina contra a gripe comum, ela vai aumentar minhas defesas contra o vírus da influenza A (H1N1)?

Ninguém deve tomar medicamento sem indicação médica. A automedicação pode mascarar sintomas, retardar o diagnóstico e até causar resistência ao vírus.

É seguro comer carne de porco e alimentos como presunto, patê suíno, salame, salsicha e bacon?

Sim. Não existe de transmissão da gripe - que inicialmente foi chamada de suína – por ingestão de alimentos adequadamentes preparados. O vírus H1N1, responsável pela epidemia, não resiste ao cozimento em temperaturas superiores a 70ºC, como se recomenda para a preparação de carne de porco e outras carnes. Também não há nem um tipo de risco em comer alimentos como presunto, patê, salsicha e bacon, entre outros.

Quem viaja para países onde existem casos confirmados ou suspeitos recebe máscaras?

Segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pessoas que vão para locais afetados pela doença são orientadas a levar a máscara. A compra tem de ser feita pelo próprio viajante. Não há distribuição gratuita.

Em quanto tempo, a partir da transmissão, os sintomas aparecem?

Os sintomas podem iniciar no período de 3 a 7 dias após contato com esse novo subtipo do vírus e a transmissão ocorre principalmente em locais fechados.

Por que a gripe mata?

A pessoa pode morrer do próprio vírus, mas a morte pode ser causada por infecções bacterianas secundárias, que surgem porque o organismo fica debilitado com a gripe. É o caso da pneumonia, que pode levar a uma insuficiência respiratória.

O que é pandemia?

Pandemia significa uma epidemia em grandes proporções, envolvendo diversos países e continentes de forma simultânea, e acometendo um grande grupo de pessoas. No último século, ocorreram três grandes pandemias: Gripe espanhola (1918) Gripe Asiática (1957) e Gripe Hong Kong (1968), que tiveram um grande impacto na mortalidade, principalmente de crianças e de adultos jovens, além de graves danos socioeconômicos.

Como será recebido o cidadão que procurar a rede privada de saúde?

A pessoa que apresentar sintomas relacionados à influenza A (H1N1) e tiver tido contato com paciente com caso confirmado deve procurar uma unidade de saúde mais próxima, seja ela pública ou privada. No local, o profissional de saúde que o atender terá condições de fazer uma avaliação e, se considerar pertinente, encaminhar a pessoa para um hospital de preferência público definido pela Secretária estadual de Saúde, no qual o paciente terá acesso a exames e ao tratamento, o que inclui medicamentos.

Como posso obter mais informações sobre a doença?

O disque saúde (0800 61 1997) presta esclarecimentos sobre a doença causada pelo vírus A (H1N1). Cerca de 4,3 milhões de panfletos trilíngue (português inglês e espanhol) estão sendo distribuídos com as principais informações para viajantes em todos os aeroportos do país. O site do Ministério da Saúde também disponibiliza informações sobre a doença.

Os 220 anos da Revolução Francesa

Por: Professor Ricardo, CPV Vestibulares
Hoje os franceses estão comemorando o seu dia nacional. No ano de 1789 ocorreu a Tomada da Bastilha.

Começava o processo revolucionário de ascensão da burguesia ao poder da França. O Absolutismo do rei Luis XVI estava decadente e não tinha condições de controlar as crises econômicas e financeiras do país, nem tampouco a fome da população.

A burguesia através da Assembléia Nacional Constituinte (1789-1791), aprovou novas e diversas leis, entre as quais se encontrava a de transformar toda a população da França em CIDADÃOS. Isso foi realmente revolucionário, dentro de uma Europa que por séculos possuía uma sociedade separada em grupos sociais diferenciados pelo nascimento, isto é, uns com muitos privilégios e direitos e a grande maioria da população praticamente só com as obrigações dos impostos.

Essa revolução passou por uma fase radical, o TERROR dos Jacobinos (1793-1794) encabeçado por Robespierre, que foi importante para preservar o território francês dos inimigos absolutistas da Europa e também conceder ao povo algumas das conquistas importantes em
relação à igualdade.

Após a Proclamação da República (Novo Regime), e a sentença de morte ao rei Luis XVI, a burguesia chegava ao poder junto com as idéias liberais do Iluminismo. Em 1799 a Revolução Francesa chegava a seu final com um golpe de estado deferido por Napoleão Bonaparte.

Napoleão continuou a obra da revolução, consolidado-a, principalmente com o Código Civil Napoleônico. Dominou grande parte de Europa e também divulgou as idéias do liberalismo burguês. Apesar das conquistas e realizações de Napoleão, (que foi derrotado definitivamente em 1815 na Batalha de Waterloo), os absolutistas voltaram ao poder em 1815 no Congresso de Viena.

Mas este retorno seria apenas o “último suspiro” do poder absolutista na França. Em 1848, na revolução denominada A PRIMAVERA DOS POVOS, burguesia dominaria o cenário político francês até os dias de hoje.

Um dos maiores destaques da Revolução Francesa foi o de servir de exemplo para o resto do mundo; de como acabar com as idéias verdadeiramente feudais e, modernizar o mundo dentro de um novo modelo burguês.

Parabéns aos franceses no seu Dia Nacional, o 14 de julho.

Entenda as 11 denúncias contra Sarney

Por: Revista Época
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), terá uma dura batalha por sua sobrevivência política no início de agosto, quando acabar o recesso parlamentar.

As denúncias contra ele no Conselho de Ética do Senado se acumulam e cinco das 11 representações apresentadas (confira a lista abaixo) podem até acabar em cassação de mandato - três entregues pelo PSDB e duas pelo Psol. Segundo o regimento da Casa, as denúncias apresentadas por partidos, como têm mais peso, têm tramitação mais rápida e podem acabar com punições mais severas.

O maior aliado de Sarney em sua defesa é o próprio presidente do Conselho de Ética, o senador Paulo Duque (PMDB-RJ). Como presidente do colegiado, Duque tem a prerrogativa de rejeitar a abertura dos processos sem a anuência dos outros 14 senadores que foram o conselho. O senador do Rio já até adiantou que não vai acatar pedidos "sem fatos relevantes".

Se alguma das denúncias passar Sarney ainda conta com uma importante rede de proteção formada pela base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 15 membros do conselho, dez são da base governista, e devem votar sempre a favor de Sarney. Isso porque o presidente Lula e o PT sabem que, sem a força política de Sarney e do PMDB, a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pode ficar abalada.

A primeira reunião do Conselho de Ética, que foi instalado em 15 de julho após seis meses paralisado, está marcada para 5 de agosto.

Confira as denúncias protocoladas contra Sarney:

INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS DA PF 29 de julho - Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) fazem denúncia contra Sarney no Conselho de Ética acusando o agente da Polícia Federal Aluizio Guimarães Filho – cedido pelo Palácio do Planalto ao senador na cota de funcionários de ex-presidentes – de passar informações privilegiadas ao empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. A denúncia foi feita pelo jornal Correio Braziliense.
SARNEY TERIA VENDIDO TERRAS SEM PAGAR IMPOSTO 29 de julho - Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) protocolam denúncia no Conselho de Ética com base em matéria publicada pela Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, Sarney vendeu terras sem pagar imposto. A negociação teria ocorrido com a Fazenda São José do Pericumã, que fica na divisa entre Goiás e o Distrito Federal.
PSOL DENUNCIA QUEBRA DE DECORO 29 de julho - O Psol entrega ao Conselho de Ética uma representação em que acusa Sarney de quebrar o decoro parlamentar por vários motivos. Segundo o partido, o presidente do Senado omitiu um imóvel em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, usou recursos públicos de forma irregular por meio da Fundação José Sarney e mentiu ao prestar
informações sobre a relação de com a entidade.
PSDB ENTRE COM TRÊS AÇÕES CONTRA SARNEY 28 de julho - O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), protocola no Conselho de Ética três denúncias contra Sarney, baseadas nas quatro ações que Arthur Virgílio (PSDB-AM) havia proposto sozinho. As três ações do PSDB dizem respeito às acusações nos casos da Petrobras, dos atos secretos e do crédito consignado aos funcionários do Senado (leia os detalhes abaixo).
O NAMORADO DA NETA 23 de julho – O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) denuncia Sarney por sua suposta participação em uma negociação para dar um emprego no Senado ao namorado de sua neta, Maria Beatriz. A base da denúncia é uma reportagem publicada pelo Estadão em 22 de julho, com áudios da operação Boi Barrica, da Polícia Federal. Nas gravações, Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha que precisa falar com Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, e com José Sarney, para tentar encaixar o rapaz no emprego.
ACUSAÇÃO DE MENTIR NO PLENÁRIO 14 de julho – O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) protocola ação contra José Sarney alegando que ele mentiu ao Plenário no dia 9 de julho, quando declarou não ter “responsabilidades administrativas” sobre a Fundação Sarney, que teria desviado dinheiro da Petrobras (confira abaixo). No dia 10 de julho, uma reportagem do Estadão derrubou a versão do senador, mostrando que Sarney é “presidente vitalício" e fundador da entidade, e tem como uma de suas prerrogativas “assumir responsabilidades financeiras”.
SUPOSTO DESVIO DE DINHEIRO DA PETROBRAS 10 de julho – O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) entrega pedido ao Conselho de Ética para que investigue o suposto desvio de R$ 500 mil realizado pela Fundação Sarney. Segundo reportagem do Estadão, a entidade recebeu R$ 1,3 milhão da Petrobras para digitalizar todo seu arquivo, mas o trabalho nunca foi feito.
ATOS SECRETOS 30 de junho – O Psol protocola representação em que pede a investigação sobre a suposta quebra de decoro parlamentar cometida por José Sarney. Segundo a denúncia, durante seus mandatos à frente do Senado, os atos os atos secretos tiveram “suspeição relevante”.
O NETO E O CRÉDITO CONSIGNADO 29 de junho - O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) entrega ao Conselho de Ética do Senado um documento com 18 acusações divulgadas na imprensa contra Sarney. Entre elas há denúncias de que vários atos secretos beneficiaram parentes do senador e de alguns de seus aliados. A denúncia mais grave, publicada em reportagem do Estadão, se refere ao fato de o neto de Sarney, José Adriano Cordeiro Sarney, ter uma empresa que negociava crédito consignado para funcionários do Senado.

Etanol como biocombustível

Por: Banas Qualidade

Compreender o papel dos fertilizantes nas emissões de gases de efeito estufa é importante para garantir impacto ambiental positivo no uso de etanol como biocombustível, destaca Heitor Cantarella,.

Diminuir as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) que causam o aquecimento global é uma das principais razões para o atual esforço internacional que visa à substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpa, como o etanol da cana-de-açúcar. Mas os fertilizantes necessários para a produção do biocombustível podem ter um papel na própria emissão de GEE.

Esse papel do uso de fertilizantes nas emissões precisará ser cuidadosamente estudado para que seja possível compreender o balanço ambiental da cultura canavieira, de acordo com Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (SP), e especialista em fertilidade do solo e adubação.

Cantarella participou, na terça-feira (11/8), do workshop Tecnologias em biocombustíveis e suas implicações no uso da água e da terra, que está sendo realizado em Atibaia (SP) até o dia 12 de agosto. O evento é promovido pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Biotecnologia para o Bioetanol.

Segundo Cantarella, que é um dos coordenadores do BIOEN, o nitrogênio contido nos fertilizantes utilizados na lavoura de cana-de-açúcar tem papel significativo em relação aos GEE.

"Quando usamos a cana-de-açúcar para produzir biocombustível temos que avaliar o impacto dessa cultura no balanço de GEE. O nitrogênio entra nessa equação porque ao penetrar no solo, por meio de reações microbiológicas, ele provoca a liberação de pequenas quantidades de óxido nitroso, um importante GEE", disse Cantarella à Agência FAPESP.

A intensidade do efeito estufa provocado por cada molécula de óxido nitroso é quase 300 vezes maior do que aquele causado por uma molécula de dióxido de carbono, segundo Cantarella. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que cerca de 1% do fertilizante nitrogenado utilizado em plantações acaba sendo enviado à atmosfera na forma de óxido nitroso.

"Mas é importante observar que os números do IPCC são gerais. Existem poucas avaliações sobre a produção do óxido nitroso aplicado à cultura de cana-de-açúcar. É preciso medir, nas condições de produção da cana, qual é a real contribuição da adubação nitrogenada", disse.

De acordo com ele, no caso da cana-de-açúcar, o fato de a adubação nitrogenada ser feita em época relativamente seca cria condições teoricamente pouco favoráveis para a produção de óxido nitroso no solo. Mas a falta de estudos impede uma avaliação precisa. "Esse número precisa ser avaliado na prática", afirmou.

A cultura canavieira continua se expandindo em São Paulo e essa tendência deverá prosseguir. "Apesar da expansão, do ponto de vista ambiental o problema da emissão de óxido nitroso não é tão grande. Por outro lado, ele adquire uma importância crucial quando fazemos um balanço ambiental de uma cultura que tem a mitigação das emissões de GEE entre seus objetivos", disse.

O uso de fertilizantes na cultura de cana-de-açúcar, de acordo com o também presidente do Conselho Curador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola, é, em geral, bastante eficiente. Com a mesma quantidade de adubo utilizada em outras culturas, a cana tem uma produção muito maior de biomassa.

"Ainda assim, a cultura de cana-de-açúcar, por sua extensão, responde por uma parcela de 13% a 17% de todo o fertilizante utilizado na agricultura brasileira", afirmou.

Novos desafios

O principal obstáculo à eficiência das práticas de adubação na cultura canavieira no estado diz respeito a mudanças tecnológicas recentes. "Com o aumento das áreas com colheita mecanizada, temos uma grande quantidade de palha na superfície do solo. Isso dificulta a incorporação de fertilizantes, que muitas vezes são deixados expostos. E um dos principais fertilizantes nitrogenados usados nessa cultura, a ureia, está sujeito a grandes perdas por volatilização", explicou Cantarella.

Uma das soluções possíveis para o problema, segundo ele, seria o uso de outra fonte diferente da ureia. "Mas esse tipo de alternativa é mais cara e menos abundante", disse.

Outras soluções viáveis seriam a incorporação mecânica, ou uso de aditivos que reduzissem perdas. "Não temos ainda uma solução prática e econômica bem estabelecida. É um desafio que temos que resolver", afirmou.

Outro tema que necessita mais estudos, aponta, é o papel de determinadas bactérias associadas à cultura da cana na fixação de nitrogênio da atmosfera. Essa alternativa de fixação biológica do nitrogênio poderia reduzir a necessidade de fertilizantes - o que teria grandes impactos ambientais e econômicos.

"Mas a magnitude dessa fixação ainda não está bem estabelecida. Os números da literatura são bastante variáveis. Nosso desafio é estabelecer essa contribuição e descobrir se podemos melhorá-la - seja com a inoculação de microrganismos mais eficientes ou pela seleção de variedades de cana-de-açúcar que respondam melhor ao processo", disse.

Brasil é penúltimo na lista dos países com mais mortes pela gripe A (H1N1)

Por: UOL

Brasil tem a segunda menor taxa de mortalidade entre os 15 países com mais mortes por gripe suína no mundo, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde.

Até 12/08/2009, país registrou 192 mortes, ou seja, 0,09 mortes em cada grupo de 100 mil habitantes. A taxa é maior apenas que a do Reino Unido, que teve 40 mortes e índice de 0,06 por 100 mil. Em números absolutos, o Brasil é o terceiro em número de mortes, sendo superado por EUA (em 1º, com 436 mortes) e Argentina (com 338 mortes).

Países vizinhos, Argentina (0,83) e Uruguai (0,65) têm as maiores taxas, seguidos de Costa Rica (0,61), Chile (0,57) e Austrália (0,46). Em todo o mundo, foram notificados, até esta data (12/08/2009), 1.882 óbitos em 48 países.

A taxa de mortalidade (número de óbitos relativos à população) passou a ser utilizada no lugar da taxa de letalidade (número de mortes em comparação ao total de casos de determinada doença) para monitorar a gravidade da nova gripe.

A mudança na metodologia aconteceu porque, em 16 de julho de 2009, por meio de comunicado oficial aos países-membros, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu que não era mais possível contabilizar todos os casos da nova gripe.

TAXAS DE MORTALIDADE POR GRIPE SUÍNA
País Mortes População Taxa de mortalidade
1. Argentina 338 40.276.376 0,83
2. Uruguai 22 3.360.854 0,85
3. Costa Rica 28 4.578.945 0,61
4. Chile 97 16.970.265 0,57
5. Austrália 100 21.292.893 0,46
6. Paraguai 27 6.348.917 0,42
7. Canadá 66 33.573.467 0,19
8. Malásia 44 27.467.837 0,16
9. Peru 45 29.164.883 0,15
10. Equador 21 13.625.069 0,15
11. México 162 109.610.036 0,14
12. Tailândia 97 67.764.033 0,14
13. EUA 436 314.658.780 0,13
14. Brasil 192 193.733.795 0,09
15. Reino Unido 40 61.565.422 0,06

Cientistas descobrem planeta que desafia leis da astronomia

Por: Terra

Uma equipe de cientistas britânicos descobriu um planeta com um volume dez vezes superior ao de Júpiter, que orbita tão próximo a sua estrela matriz que as correntes estelares já deveriam ter causado sua colisão com o astro e sua destruição.

Em um estudo publicado na quarta-feira, 26/08/2009, pela revista científica Nature, um grupo de astrônomos da Universidade de Keele, no Reino Unido, assegura que o planeta batizado como WASP-18b é uma raridade no mundo da astronomia e que a probabilidade de observar um fenômeno semelhante é de uma entre mil.

Trata-se de um planeta do grupo dos "Júpiter Quentes", ou seja, aqueles que se formam longe da estrela em torno da qual orbitam e que se aproximam da mesma ao longo dos anos, com ajuda das correntes estelares. No entanto, o WASP-18b é tão grande e se encontra atualmente tão próximo de sua estrela matriz que as correntes já deveriam ter conduzido um impacto entre o planeta e o astro.

De fato, a sobrevivência deste tipo de planeta não costuma ser superior a um milhão de anos, uma marca batida amplamente pelo WASP-18b. Como possíveis causas, os cientistas apontam que as correntes estelares desse sistema são menos fortes que as do nosso, o que explicaria a longevidade do WASP-18b.

Outra possibilidade seria que outro elemento exógeno ainda não identificado evite a colisão do planeta com sua estrela e sua destruição.

Por dentro dos conflitos islâmicos

Por: Luís Celso Jr - Jornal de Maringá

Todo o vestiba sabe: eventos importantes que completam datas redondas são sempre boas apostas de questões para cair nas provas. Ainda mais quando, por algum motivo, estão na mídia.

Em 2009 a Revolução Islâmica no Irã completa 30 anos, assim como a invasão do Afeganistão pela extinta União Soviética. Este ano também é marcado pelos 20 anos da morte do aiatolá Khomeini, líder iraniano. Para aumentar as chances de a si­­tua­ção na Ásia central aparecerer nos testes de Geografia e História, recentemente o presidente dos EUA, Barak Obama, enviou novas tropas para o Afeganistão e a notícia da possível fraude nas eleições do Irã rodou o mundo. Mas, afinal de contas, o que rola por lá? Confira a linha do tempo abaixo e fique por dentro do assunto.

Na prática

A questão elaborada pela professora Luciana Worms, do Positivo, mostra como o tema pode ser apresentado:

Assinale a alternativa correta sobre o Afeganistão:

a) O Afeganistão apresenta um relevo plano e baixo com rios navegáveis e abundante fornecimento de água doce.

b) Dentre os países do Oriente Médio, o Afeganistão apresenta os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH), com baixas taxas de mortalidade infantil e altos valores de expectativa de vida.

c) A religião predominante é o hinduísmo, embora os grupos islâmicos xiitas, dentre eles o Talebã, sejam muito ativos.

d) A principal atividade econômica do País é a produção de ópio (planta de conteúdo alucinógeno) consumido livremente nas ruas do país.

e) Na guerra contra o “terrorismo internacional”, depois do 11 de setembro, o Afeganistão, então refúgio de Osama bin Laden e de sua rede Al-Qaeda, foi o primeiro alvo.

Resposta correta: e

Confira outras questões que já foram cobradas em vestibulares anteriores sobre o assunto.

FUVEST (2004)

"No continente europeu, a força armada já deixou de ser instrumento das relações internacionais. Os EUA exercem o poder num mundo em que as leis internacionais não são confiáveis e onde a promoção de uma ordem liberal ainda depende da posse e do uso de meios militares." Robert Kagan, Folha de S.Paulo, 23/03/2003.

Tendo por base o texto, no qual o autor, ideólogo do governo Bush, explica a necessidade da guerra contra o Iraque, é correto afirmar que:

a) os EUA decidiram atacar o Iraque conforme as regras internacionais vigentes desde a Segunda Guerra.

b) os embates entre a União Européia e os EUA, antes da guerra do Iraque, foram depois superados pela plena aceitação da política de Bush na Europa.

c) as intervenções no Afeganistão e no Iraque demonstraram que o presidente norte-americano pretende fazer dos EUA a única potência mundial.

d) o Conselho de Segurança da ONU apoiou a política de intervenção armada do presidente norte-americano no Iraque.

e) a ordem liberal criada, após a Segunda Guerra, pela Europa e EUA se baseou nas relações diplomáticas para a manutenção da paz mundial.

Resposta: c

Comentários: Existe um consenso bastante amplo, atualmente, de que o presidente George W. Bush pratica uma política que explicita a posição dos EUA como potência hegemônica mundial. Para tanto, recorre à guerra sempre que a considera necessária - no caso, ao atacar o Afeganistão e o Iraque. O texto transcrito no enunciado corrobora essa interpretação, ao afirmar que "os Estados Unidos exercem o poder em um mundo..."

FATEC- SP (julho de 2003)

A União Soviética invadiu o Afeganistão em 1979, instalando no poder deste país um regime pró-soviético. O mundo ainda vivia o período da chamada Guerra Fria. Os Estados Unidos apoiaram grupos armados de oposição no Afeganistão, para prejudicar os interesses soviéticos. Sobre estes grupos é correto afirmar que:

a) receberam treinamento no Irã, apoiado pela China, interessada no comércio com os EUA.

b) um deles foi liderado pelo Taleban, organização de esquerda ligada ao Partido Comunista do Afeganistão.

c) um deles era liderado por Osama Bin Laden, que foi armado e treinado em técnicas terroristas pela CIA.

d) receberam treinamento da CIA no Iraque, principalmente o grupo Al Fatah, que cometeu vários atentados suicidas contra as forças soviéticas.

e) um deles era liderado por Saddam Hussein, que nessa época era aliado dos EUA contra o Irã.

Resposta: c

Comentários: Questão atual que trata do terrorismo estimulado e financiado pelos EUA, no período da Guerra Fria, que resultou na formação, financiamento e treinamento e do grupo de Osama Bin Laden, grupo este que, segundo os EUA, foram responsáveis pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. As questões foram enviadas pela professora Luciana Worms, do Curso Positivo.

Crise coloca em xeque a ciência e o status dos economistas

Por: Frédéric Lemaître - Tradução: Lana Lim
Isso pode não agradar a nós, republicanos, mas é à rainha da Inglaterra que devemos a pergunta mais pertinente feita até agora sobre a crise financeira. "Como é possível que ninguém tenha a previsto?", ela perguntou, no fim de 2008, durante uma visita à influente London School of Economics. A questão teve o mérito de abrir no Reino Unido um debate público que na França infelizmente ainda não veio à tona.

Foram necessários mais de seis meses para que um grupo de eminentes economistas britânicos conseguisse enviar a resposta ao Palácio de Buckingham, mas desde julho a rainha sabe. Ela sabe que "a falha em prever a data, a importância e a gravidade da crise e em contê-la, ainda que houvesse diversas causas, foi sobretudo uma falha da imaginação coletiva de muitas pessoas brilhantes, neste país e no exterior, em entender os riscos do sistema, em sua totalidade". Outros foram menos diplomáticos. Para Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008, nos últimos trinta anos a macroeconomia "foi, na melhor das hipóteses, enormemente inútil, e na pior, simplesmente nociva", segundo comentários trazidos pelo "The Economist" (em 16 de julho).

É pena que tal debate seja reservado aos iniciados. Afinal, os economistas constituem sem dúvida a profissão que mais tem influência sobre os políticos e, portanto, sobre nossas vidas. Há dois séculos eles tentam nos convencer de que sua disciplina é tão séria quanto a física ou a química. E ainda que Alfred Nobel não tenha planejado lhe conferir um prêmio, o Banco da Suécia obteve em 1968 o direito de criar o "prêmio do Banco da Suécia em ciências econômicas em memória de Alfred Nobel", que logo se tornou o "Nobel da Economia". Para os interessados, nada de mais normal. A última obra de Pascal Salin, professor na Paris-Dauphine e liberal convicto, diz muito sobre o estado de espírito da profissão. Seu título? "A economia não mente" (2008). Seu fio condutor? "A economia é uma ciência; seu objetivo é distinguir entre as boas e as más políticas". Entre as dez verdades estabelecidas: "A criação de mercados financeiros complexos levou a verdadeiros progressos econômicos. Essa sofisticação financeira facilitou a distribuição mundial dos riscos, permitindo assim um maior número de riscos corridos, o que amplifica a inovação".

Você ri, mas até a crise, essa ideia era comumente partilhada. Da mesma forma, questionava-se muito pouco a sacrossanta eficiência
dos mercados. Isso explica as teorias liberais aplicadas um pouco em cada lugar há cerca de trinta anos. E as ideias pré-concebidas, como a obrigação imposta pelo FMI e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aos países emergentes de liberalizar os mercados de capitais. Entretanto, como observa Francis Fukuyama na revista "The American Interest" de setembro, "o setor financeiro asiático é um dos menos liberalizados, mas isso não o impediu de atingir há trinta anos taxas de crescimento inéditas".

Logicamente, a crise deveria pelo menos colocar em questão a macroeconomia e a economia financeira. A primeira claramente acreditou demais na eficiência dos mercados e ficou obcecada pela inflação, sem ver a bolha de ativos financeiros. A segunda é acusada de ter ignorado a realidade. "Uma grande parte da literatura (econômica) contemporânea passou progressivamente para o controle de matemáticos puros, mais preocupados com teoremas do que com a análise do real", lamenta o economista Maurice Allais na revista "Economie politique" (verão de 2009), antes de lembrar que "é somente no caminho de um imenso esforço de síntese que as ciências sociais podem hoje realizar grandes progressos".

Mas os críticos vão além. Formados em sua maioria durante os "trinta anos gloriosos", os economistas ainda não analisaram a importância assumida pelas finanças nas economias desenvolvidas. Quando um banco realmente está "grande demais para morrer"? Quando ele realmente põe em risco o sistema financeiro como um todo? Qual é a remuneração mais adequada para um trader? Será lógico que, nos países ocidentais, quase metade dos lucros das grandes empresas mundiais sejam hoje realizados por instituições financeiras que não criam riquezas propriamente ditas? Podem os mercados se autorregular, ou eles são intrinsecamente instáveis (tese do economista francês André Orléan)?

A essas perguntas, os economistas oferecem poucas respostas convincentes. Por quê? Em sua publicação, Francis Fukuyama observa: "Muitos economistas e professores de finanças nas escolas de administração trabalham para bancos de investimentos e "hedge funds", ajudando-os a elaborar modelos complexos que, olhando em retrospecto, se revelaram inadequados para prever os riscos. Consequentemente, eles têm um interesse pessoal no sucesso do setor financeiro que não é compensado por nenhuma incitação a pensar que o setor, como um todo, destrói mais valor do que cria". Uma crítica que se aplica a muitos economistas franceses influentes, como mostra a composição do Conselho de Análise Econômica.

Talvez isso explique o silêncio da categoria.

Acordo ortográfico é ato colonial, diz escritor português

Por: Uol Notícias - Lusa
"O Brasil é o único país que recebeu a língua de fora e que impõe uma revisão da língua ao país matriz, como se os Estados Unidos impusessem um acordo ortográfico à Inglaterra", afirmou Sousa Tavares, criticando o fato de não ter havido uma consulta aos profissionais que trabalham com a língua, como os escritores, jornalistas e professores.

"Ninguém foi ouvido, o acordo foi imposto tanto no Brasil como em Portugal".

O escritor lembrou que um acordo exige reciprocidade, para afirmar em tom crítico que a reforma da ortografia foi "cozinhada entre acadêmicos que queriam se reunir e viajar".

"Não encontro escritores brasileiros que defendam o acordo", aponta.

Além disso, ele afirmou que não pretende mudar a sua forma de escrever e adverte que o Acordo Ortográfico vai "condensar e expurgar" muitos dos detalhes da diversidade linguística.

Lusofonia

Sousa Tavares duvida que os países africanos de língua portuguesa cumpram o acordo.

"Vão começar a rejeitar o português se nós os obrigarmos a seguir estritamente uma gramática que não lhes faz sentido nem ao ouvido, nem na escrita".

"Acho um projeto idiota, e pode ser prejudicial em muitos países. Querem unificar
o português em todo o mundo falante de língua portuguesa. Não vai ser em Portugal nem no Brasil porque temos 500 anos de trabalho e a nossa língua efectiva, mas em Angola apenas 10% fala bem português, o resto não fala", argumenta.

Sousa Tavares é também muito crítico sobre o conceito de lusofonia e a atuação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Gastam imenso dinheiro aos contribuintes de Portugal e do Brasil e não é por aí que a lusofonia vai funcionar. Nós nunca faremos uma commonwealth nas relações econômicas. Na hora da verdade, o Brasil vai entrar em disputa com Portugal".

Para Sousa Tavares, a única forma de construir laços na lusofonia é a aproximação a partir de afinidades entre os povos, o que vai passar pela língua.

"Finalmente o que funcionará é a língua. A lusofonia passa muito pelas relações humanas que são mais importantes, elas é que vão determinar", afirmou ao destacar que hoje há "muito mais concorrência do que cooperação" no mundo lusófono.

O jornalista é autor de "Equador", um dos maiores sucessos de vendas da literatura portuguesa dos últimos anos e está no Brasil para apresentar seu novo romance e participar na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro.

A evolução do laser – Spaser, o laser nanométrico

Por: Tecnologia com Ciência

Uma fonte de luz laser é imprescindível para o funcionamento de circuitos nanofotônicos, que têm grande potencial para servir de base a tecnologias e computadores no futuro. Mas os lasers atuais não podem ser fabricados com dimensões pequenas o suficiente para serem integrados a chips eletrônicos.

Pesquisadores norte-americanos acabam de superar o obstáculo utilizando, no lugar dos fótons que formam a luz, nuvens de elétrons conhecidas como plásmons de superfície para criar pequenos dispositivos batizados como spasers.

A descoberta foi detalhada em artigo publicado no domingo (16/08/2009) na edição on-line da revista Nature. O trabalho foi realizado por cientistas das universidades de Purdue, Estadual de Norfolk e de Cornell, nos Estados Unidos.

Nanofotônica

A nanofotônica pode viabilizar, segundo os pesquisadores, uma série de avanços radicais, incluindo poderosas “hiperlentes” – resultando em sensores microscópios dez vezes mais poderosos do que os atuais e capazes de observar objetos tão pequenos quanto o DNA –, coletores solares mais eficientes ou computadores e produtos eletrônicos que utilizam a luz em vez de sinais eletrônicos para processar a informação.

“No artigo, demonstramos a viabilidade do componente mais crítico – o nanolaser –, essencial para que a nanofotônica se torne uma aplicação tecnológica prática”, disse um dos autores, Vladimir Shalaev, professor de Engenharia Elétrica e da Computação da Universidade de Purdue.

Os nanolasers com base no spaser criados pelos pesquisadores consistem em esferas de 44 nanômetros (bilionésimos de metro) de diâmetro. Mais de um milhão delas poderiam caber dentro de um único glóbulo vermelho.

As esferas foram fabricadas na Universidade de Cornell, enquanto as universidades de Norfolk e Purdue realizaram a caracterização óptica necessária para determinar se os dispositivos se comportavam como lasers.

A descoberta confirma o trabalho realizado pelos físicos David Bergman, da Universidade de Tel Aviv (Israel), e Mark Stockman, da Universidade Estadual da Geórgia (Estados Unidos), que propuseram o conceito de spaser em 2003.

“Esse trabalho representa um marco importante que pode vir a ser o início de uma revolução na nanofotônica, com aplicações em imageamento e sensores em escalas muito menores que o comprimento de onda da luz visível”, disse Timothy Sands, diretor do Centro Birck de Nanotecnologia do Parque Tecnológico de Purdue.

Evolução do laser

Os spasers contêm um núcleo de ouro envolto em uma câmara de material semelhante a vidro cheia com um corante verde. Quando uma luz é direcionada às esferas, plásmons gerados pelo núcleo de ouro são amplificados pelo corante. Os plásmons são então convertidos em fótons de luz visível, que são emitidos como um laser.

Spaser é uma sigla em inglês para “amplificação de plásmon de superfície por emissão estimulada de radiação”. Para atuar como lasers, os dispositivos exigem um sistema de feedback que faz com que os plásmons de superfície oscilem para frente e para trás, de forma a ganhar força e poder ser emitidos como luz.

Os lasers convencionais são limitados em relação ao tamanho mínimo com que podem ser fabricados, porque para os fótons esse componente de feedback, chamado ressonador óptico, precisa ter pelo menos a metade do tamanho do comprimento de onda da luz laser.

Os pesquisadores, no entanto, superaram esse obstáculo usando os plásmons de superfície no lugar dos fótons, o que lhes permitiu criar um ressonador de 44 nanômetros de diâmetro, ou com menos de um décimo do tamanho dos 530 nanômetros do comprimento da onda emitida pelo spaser.

“No momento em que vamos comemorar os 50 anos da invenção do laser, talvez tenhamos conseguido um avanço radical para as tecnologias laser”, disse Shalev. O primeiro trabalho sobre laser foi publicado em 1960.

De acordo com os cientistas, trabalhos futuros poderão envolver a criação de um nanolaser com base em spasers que utiliza uma fonte elétrica em vez de uma fonte luminosa – o que iria tornar o dispositivo mais prático para aplicações em computadores e na indústria eletrônica.

O artigo Demonstration of Spaser-based nanolaser, de Mikhail Noginov e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Pré-Sal

Por: Petrobrás - Imagem Geografia para Todos

O que é o pré-sal?

O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado.

Qual o volume estimado de óleo encontrado nas acumulações do pré-sal descobertas até agora?

Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma ideia, só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, com densidade em torno de 30º API.

As recentes descobertas na camada pré-sal são economicamente viáveis?

Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem garantir o sucesso dessa empreitada. Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram vencidas: em maio deste ano a Petrobras iniciou o teste de longa duração da área de Tupi, com capacidade para processar até 30 mil barris diários de petróleo. Um mês depois a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído da camada pré-sal da Bacia de Santos. É um marco histórico na indústria petrolífera mundial.

Quais serão as contribuições dessas grandes descobertas para o desenvolvimento nacional?

Diante do grande crescimento previsto das atividades da companhia para os próximos anos, tanto no pré-sal quanto nas demais áreas onde ela já opera, a Petrobras aumentou substancialmente os recursos programados em seu Plano de Negócios. São investimentos robustos, que garantirão a execução de uma das mais consistentes carteiras de projetos da indústria do petróleo no mundo. Serão novas plataformas de produção, mais de uma centena de embarcações de apoio, além da maior frota de sondas de perfuração a entrar em atividade nos próximos anos.

A construção das plataformas P-55 e P-57, entre outros projetos já encomendados à indústria naval, garantirá a ocupação dos estaleiros nacionais e de boa parte da cadeia de bens e serviços offshore do país. Só o Plano de Renovação de Barcos de Apoio, lançado em maio de 2008, prevê a construção
de 146 novas embarcações, com a exigência de 70% a 80% de conteúdo nacional, a um custo total orçado em US$ 5 bilhões. A construção de cada embarcação vai gerar cerca de 500 novos empregos diretos e um total de 3.800 vagas para tripulantes para operar a nova frota.

A Petrobras está preparada, tecnologicamente, para desenvolver a área do pré-sal?

Sim. Ela está direcionando grande parte de seus esforços para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico que garantirão, nos próximos anos, a produção dessa nova fronteira exploratória. Um exemplo é o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), a exemplo dos bem-sucedidos programas desenvolvidos pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Procap, que viabilizou a produção em águas profundas. Além de desenvolver tecnologia própria, a empresa trabalha em sintonia com uma rede de universidades que contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico nacional. Em dezembro o Cenpes já havia concluído a modelagem integrada em 3D das Bacias de Santos, Espírito Santo e Campos, que será fundamental na exploração das novas descobertas.

A embriaguez do pré-sal

Por: Luiz Paulo Costa - O Estado de S. Paulo
Embriagado pelo pré-sal, o presidente Lula anuncia e a imprensa publica que vai proibir a expansão de canaviais. "O País detém hoje 7,8 milhões de hectares (78 mil quilômetros quadrados) de plantações de cana-de-açúcar. A previsão do governo é que essa área cresça 86% até 2017.

Para isso, serão necessários 6,7 milhões de hectares (67 mil quilômetros quadrados) extras para o cultivo", constata a jornalista Marta Salomon (Folha de S.Paulo, 17/9). A proibição se estende até as áreas destinadas pelos proprietários para outro tipo de produção agropecuária, mesmo que preserve a reserva legal.

O etanol é uma realidade brasileira que continua surpreendendo o mundo. A partir do desenvolvimento do motor a álcool no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CTA) do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, que pontificou o pioneirismo do pesquisador Ernesto Stumpf, viabilizaram-se a expansão do etanol e o cultivo da cana-de-açúcar.

A necessidade de expansão dos canaviais, no entanto, é também uma resultante da falta de investimentos governamentais no aumento da produtividade do plantio e do próprio motor a álcool. No contexto internacional, em extensa análise sobre o setor energético, Jad Mouawad, colunista do The New York Times, observa o comportamento dos principais players internacionais do setor e extrai conclusões sobre o caminho das energias nos próximos 30 a 40 anos.

Segundo ele, "o governo Obama deseja reduzir o consumo de petróleo, aumentar os suprimentos de energia renovável e diminuir as emissões de dióxido de carbono, naquela que é a mais ambiciosa transformação da política energética no período de uma geração".

O governo Obama deseja investir US$ 150 bilhões (o mesmo que gastou a Nasa para levar o homem à Lua) nos próximos dez anos para criar aquilo que chama de "um futuro energético limpo". E já providencia a liberação de US$ 30 bilhões para o início desse programa. O seu plano tem como objetivo diversificar as fontes de energia do país ao encorajar o uso de mais fontes renováveis para reduzir o consumo de petróleo e as emissões de carbono oriundas dos combustíveis fósseis.

As gigantes mundiais do setor petrolífero nunca investiram significativamente no desenvolvimento dos programas de energia renovável. E desde 2007 estão retornando quase inteiramente ao petróleo e reduzindo os seus programas de energia renovável.

E aqui, no Brasil, também a Petrobrás - que chegou a investir bastante em propaganda para convencer os investidores e a opinião pública de que passou a ser uma empresa de energia e não só de petróleo e gás - usa o mesmo figurino, investindo muito pouco em fontes energéticas renováveis.

Talvez não seja motivo de surpresa o fato de a maioria dos investimentos em fontes alternativas de energia não vir dos cofres das companhias petrolíferas, acentua Jad Mouawad. A Exxon, uma das gigantes mundiais, por exemplo, prevê até 2050 que os hidrocarbonetos - incluindo petróleo, gás e carvão mineral - responderão por 80% dos suprimentos mundiais de energia, o que equivale aproximadamente ao patamar atual.

O etanol brasileiro tem sido um sucesso porque a iniciativa privada nele acreditou e investiu. Agora, com a embriaguez do pré-sal, o etanol vai ficar mais órfão dos órgãos públicos de fomento econômico-financeiro.

Porém, sem apoio governamental para aumentar a produtividade do cultivo da cana-de-açúcar por hectare, os proprietários de canaviais que ousarem expandir a área das plantações vão correr o risco de multas de até R$ 50 milhões, além da ameaça de bloqueio da sua produção e desapropriação de suas terras.

Por falta de investimento na otimização do uso do álcool combustível nos motores por meio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, o consumo e a performance dos motores continuarão os mesmos de hoje.

O presidente Lula deve estar desgostoso por não ter conseguido derrubar as barreiras para a exportação do etanol brasileiro. E, assim, se afasta desse insucesso, trocando-o pelo petróleo do pré-sal, que poderá jorrar daqui a 15 anos. A evolução do contexto mundial, no entanto, sob a liderança dos Estados Unidos, poderá abrir as portas para o etanol brasileiro.

Apostar nele e em outras fontes de energia renovável já em uso no Brasil é pule de dez, é a realidade atual. E do presidente da República exige-se sobriedade nas decisões que afetam os milhões de brasileiros que nele acreditam e no futuro do Brasil, que é de todos.

Entenda a crise em Honduras

Por: BBC Brasil

A crise política em Honduras que levou à detenção e ao exílio do presidente Manuel Zelaya, no fim de junho, teve origem num enfrentamento do mandatário com os outros poderes estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o Judiciário.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que ajudam a explicar como se produziu a crise.

- Qual a origem da crise?

O presidente Manuel Zelaya queria que as eleições gerais de 29 de novembro - quando seriam eleitos o presidente, congressistas e lideranças municipais - tivesse mais uma consulta, sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país.

Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se convocasse uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna.

Os críticos de Zelaya afirmam que sua intenção era mudar o marco jurídico do país para poder se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.

- O que se planejava para o domingo da deposição de Zelaya?

Seria uma consulta sobre a consulta.

Os eleitores teriam que responder sim ou não à seguinte pregunta: "Está de acordo com que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição política?".

- O que decidiu o Congresso sobre a consulta?

O Congresso hondurenho aprovou uma nova lei que regulamenta os referendos e os plebiscitos e invalidava juridicamente a consulta.

A nova legislação impedia a realização de consultas 180 dias antes e depois das eleições gerais.

O então presidente do Congresso, Roberto Micheletti, que era do mesmo partido que Zelaya, o Partido Liberal, afirmou que a consulta não teria validade jurídica e que pela atual Constituição ela seria considerada um delito.

A proposta de Zelaya era rechaçada por Micheletti, que afirmava que o presidente pretendia se perpetuar no poder.

- Zelaya pretendia se lançar candidato à reeleição?

O mandato de Zelaya terminaria em janeiro de 2010, e a atual Constituição veta a reeleição do presidente.

Zelaya, que foi eleito em 2005, negou que pretendesse continuar no poder além dos quatro anos para os quais foi eleito.

Segundo ele, uma eventual mudança constitucional seria válida apenas para seus sucessores.

- Qual a posição do Exército?

Zelaya havia destituído o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, o general Romeo Vázquez, que havia se negado a apoiar a logística para a consulta de junho, declarada ilegal pelo Congresso.

Após a demissão de Vázquez, o ministro da Defesa, Ángel Edmundo Orellana, e outros comandantes militares também renunciaram.

Porém a remoção de Vázquez ordenada por Zelaya foi revertida pela Suprema Corte de Justiça, que aceitou dois recursos contra a decisão do presidente.

O Exército mobilizou na sexta-feira anterior à consulta efetivos para prevenir possíveis distúrbios por parte de organizações populares e indígenas, que apoiam Zelaya.

sábado, 17 de outubro de 2009

Memória

Memória

Memorizar os conhecimentos é melhor do que decorar

“Só não esquece a cabeça porque está grudada no pescoço”. Você costuma ouvir esse tipo de comentário? Bem, isso nem sempre pode significar que você está com problemas graves de memória. Você sofre de um mal comum na sociedade: o esquecimento. Diariamente maridos esquecem os aniversários das esposas, as mães esquecem de pagar a escola do filho e algum motorista deixa o farol do carro ligado no estacionamento. Mas por que isso acontece? O esquecimento é só um lapso de memória, uma falha causada pela desatenção pessoal. E isso só ocorre porque às vezes não damos atenção aos pequenos detalhes da rotina ou da matéria que estamos estudando.

Tudo isso, é claro, depende do bom funcionamento da memória e esses fatores estão ligados a outros detalhes, simples ou complexos.

Capacidades

Há quem diga que a memória é como um músculo, que cresce sempre que exercitado. Realmente, os especialistas confirmam que a memória funciona cada vez melhor se for treinada. Mas a capacidade de armazenar informações está ligada principalmente a dois fatores:
1) Capacidade física do cérebro de absorver e reter informações.
2) Capacidade de organizar informações complexas durante o processo de aprendizagem e isso está diretamente ligado à inteligência.

Sono

Um detalhe importante é que a memória está próxima dos processos biológicos do organismo, ela é seletiva e esse seu caráter mantém um processo interativo com determinadas fases do sono. Durante o sono profundo adquirimos a memória de longo prazo, que é armazenada em uma parte do cérebro conhecida como córtex e tem capacidade ilimitada. Já no hipocampo armazenamos a memória de curto prazo, aquela informação corriqueira (como um número qualquer de telefone ou os algarismos de uma equação feita de cabeça) que guardamos só durante o período necessário e depois descartamos. É por isso que a memória tem de ser modificada a cada instante, para que não sejam armazenadas informações desnecessárias.

Organização

A boa memória depende do nível de inteligência geral, da habilidade verbal e do interesse no que está aprendendo. Portanto, se você não gosta de matemática e não se esforça para aprender, dificilmente os conceitos da matéria ficarão armazenados na sua memória. Além disso, para quem está em maratona pré-vestibular, é preciso encarar a memória como um “grande arquivo”, constituída por pura organização pessoal. Então, para que você consiga armazenar a avalanche de informações diárias que recebe é necessário organizar-se, anotar as idéias, utilizar alguns mecanismos e revisar constantemente a matéria. Veja abaixo algumas dicas para exercitar sua memória e como evitar que ela se torne falha e preguiçosa.

Xadrez
É um ótimo exercício para a memória, pois exige bastante dela. Já reparou que um bom jogador de xadrez nunca esquece suas jogadas?

Atenção
A memória para determinado fato está relacionada à importância que lhe atribuímos e isso pode ser chamado de atenção. A atenção aos detalhes facilita a memorização e é um fator fundamental para aquisição de novas informações.

Alimentação
Algumas vitaminas são essenciais para o bom funcionamento da memória como a tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12, que podem ser encontradas em pães, cereais, legumes e frutas. A água também é indispensável, pois a desidratação pode levar à confusão e outros problemas de pensamento.

Sono
Uma boa noite de sono ajuda a armazenar o que foi aprendido no dia, na memória de longo prazo.

Links mentais
Fazer links mentais relacionando idéias ou conceitos em fatos inusitados pode ajudar a memorizá-los com mais facilidade. Nossa mente memoriza melhor o que é diferente, curioso.

Desintoxicação
Procurar um tratamento ortobiomolecular para uma desintoxicação do organismo pode ajudar, além de fornecer uma reeducação alimentar. Isso porque a boa memória está relacionada também ao bom funcionamento do metabolismo ou a problemas bioquímicos (excesso de chumbo ou mercúrio no organismo, por exemplo).

Análise individual
Relacionar assuntos novos com o que já aprendeu e analisar o que está sendo estudado e chegar a conclusões sozinho ajuda a memorizar o conceito.

Revisão
Revisar uma matéria aumenta exponencialmente a chance de se lembrar dela posteriormente. E mais, relendo um conteúdo há também a repetição do estímulo nervoso de arquivamento da informação e, com isso, a memorização é mais certa.

Mecanismos
Certos mecanismos, como os Mnemônicos, ajudam a desenvolver a memória por meio de princípios artificiais de organização, como as rimas para o ensino de crianças: “um - dois, feijão com arroz...”. As palavras-chave também são mecanismos mnemônicos que auxiliam na memorização de conceitos. Outro mecanismo é o sistema visual-simbólico, um modo de memorização através da associação de idéias ou palavras com objetos. Por meio da comparação sucessiva relacionam-se duas idéias, lembramos de uma e conseqüentemente da outra.

Interesse
Quanto maior o interesse, mais facilmente se aprende e se arquiva o conhecimento na memória.

Escrita
Escrever é uma forma de ampliar seu banco de dados e exercitar a memória.

Estilos de aprendizagem
Há diferentes estilos de aprendizagem e cada um tira proveito de seu sentido mais aguçado para ajudar na memorização. Exemplo:
1) Quem consegue reter mais informações por meio da Visão: É ideal ler bastante ou estudar através de ilustrações ou esquemas visuais.
2) Por meio da Audição: Estar atento às explicações do professor, conversar com os amigos sobre a matéria, tentar ler em voz alta e escutar a própria voz, evitar ruídos que atrapalhem a sua concentração.
3) Sinestésico, por meio de Movimentos: Não estudar em uma mesma posição durante muito tempo e fazer gestos que representem o que foi estudado.

Evite

Tensão
É impossível memorizar algo se estiver tenso. Para relaxar prenda a respiração e vá soltando devagar.

Má alimentação e Privação de sono
Afetam a capacidade de concentração e a memória de longo prazo.

Remédios milagrosos
Não há medicamentos ou produtos químicos com atividade comprovada para aumentar os coeficientes da memória, o melhor remédio ainda é o treino.

Remédios prejudiciais
Alguns medicamentos que induzem o sono, analgésicos, calmantes e antidepressivos, atuam no cérebro e interferem no circuito da memória.

Ansiedade
De forma intensa pode provocar o chamado “branco”, uma alteração temporária da memória. Além disso, angústia e ansiedade prejudicam a memorização, pois podem provocar a perda da capacidade de realizar uma tarefa e prestar atenção em outra, a chamada “atenção dividida” (Ex.: anotar a matéria enquanto memoriza o que o professor diz).

Mau funcionamento do organismo
A memória não é um fenômeno isolado do organismo, faz parte de todo um sistema, por isso é fácil influenciá-la negativamente, assim como é fácil beneficiá-la. Tudo depende do mau ou do bom funcionamento do organismo.

Sobrecarga
Organize sua rotina, os lapsos de memória podem estar relacionados à sobrecarga de atividades.