terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A valorização do real

De acordo com estudo do economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, o real é a moeda que mais valorizou nos últimos cinco anos. Nesse período, a valorização acumulada do real frente ao dólar chega a quase 30% (já foi de mais de 60% no período acumulado da “bolha de Wall Street”, entre janeiro de 2005 e julho de 2008).

A moeda brasileira valorizou 28,5% no período de janeiro de 2005 a junho de 2009. Para se ter ideia, neste mesmo período, o yuan, moeda chinesa, teve uma valorização de 17,6%. O mesmo ocorreu com o iene, moeda japonesa, que ficou em 7,0%, o euro, 5,3%, e o peso chileno, 2%. Em contrapartida, o peso argentino e o peso mexicano se desvalorizaram em relação à moeda norte-americana: 26,0% e 18,2%, respectivamente.

Segundo Pereira, parte desse processo de forte valorização é decorrência de o País haver recuperado credibilidade no mercado internacional, aumentando a capacidade de atrair capital estrangeiro, e ter diminuído sua vulnerabilidade macroeconômica, reduzindo o déficit fiscal e o endividamento relativo, com melhora do perfil da dívida mobiliária. “Houve um ganho excessivo de valor por parte da moeda brasileira, o que, por consequência, encarece as exportações brasileiras", observou o economista.

O profissional também alerta que, estando a taxa internacional de juros próxima a zero e o risco-Brasil abaixo dos 300 pontos-base, o Brasil pode praticar uma taxa nominal de juros próxima a 9,0% ao ano, sem qualquer ameaça à estabilidade de preços. A apreciação da taxa de câmbio, com desaceleração econômica, dá maior espaço para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central não economize em cortes da taxa Selic.

Para Pereira, o ideal seria um corte em 100 pontos-base. Mas seria a valorização do real mesmo sustentável? Analistas afirmam que a valorização está sujeita à volatilidade, mas é sustentável e deverá se manter até o fim do ano, apesar da taxação do capital estrangeiro. A previsão é de que entre mais capital no mercado brasileiro, com reforço da balança comercial, e o real se valorize ainda mais.

Os eventos futuros no Brasil, como Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016 e os investimentos no pré-sal também podem beneficiar a moeda brasileira. O momento é de saber conviver com um real e uma economia mais valorizados.

Informações: Terra

História do Real:

O Brasil adotou o Real em 1994. Após sucessivas trocas monetárias no cenário econômico do país, o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, propôs criar uma nova moeda forte, que, aliada à queda da inflação, proporcionaria estabilidade econômica para o país. A moeda foi criada dentro de um regime cambial fixo em relação ao dólar americano.

O real passou a ter um teto e um piso pré-definido. Se o valor do real se tornasse acima do patamar escolhido, compravam-se dólares para desvalorizar a moeda brasileira, funcionando de forma equivalente em situações inversas.

Em Janeiro de 1999, após o Brasil passar por uma de suas maiores crises financeiras, o Banco Central do Brasil determinou que o real deixaria de ter câmbio fixo e passaria a ter um câmbio flutuante, seguindo as necessidades do mercado. Após essa medida, o real se desvalorizou grandemente.

Para se ter uma idéia, em 1995, R$1 valia US$ 1,20. Já no final de 2002, devido à preocupação em torno da instabilidade política no Brasil, o real ficou tão desvalorizado, que U$1 quase chegou a valer R$4,00.

Fonte: www.vestibular.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário