
O apagão que "ascendeu" o Brasil |
Ao todo, 60 milhões de pessoas foram afetadas pelo apagão registrado no Brasil no último dia 10 de novembro, às 22h14min. Foram, em média, 3,5 horas no escuro, ocasionadas pelo desligamento de três linhas de transmissão de energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Duas das linhas ligam Ivaiporã, na região central do Paraná, a Itaberá, na região sul de São Paulo. A outra liga Itaberá a Tijuco Preto (São Paulo). Resultado: 18 estados brasileiros ficaram totalmente ou parcialmente sem energia, sendo a região sudeste a mais afetada. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo ficaram totalmente sem luz. Em Minas Gerais houve blecaute total nas regiões do Triângulo Mineiro e da Zona da Mata. O apagão também afetou partes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Acre, Rondônia e uma pequena parte do Distrito Federal. Grande parte do território do Paraguai também ficou sem energia por aproximadamente 30 minutos. O blecaute que atingiu o país acabou virando assunto nos principais veículos da mídia internacional. O fato foi divulgado pela rede britânica BBC, pelo jornal americano The New York Times, pelo espanhol El País, pela rede de TV CNN, pelo jornal inglês Telegraph e pela agência de notícias Associated Press. A rede de notícias CNN destacou o apagão com um boletim urgente durante a programação. O portal El País, de Madrid, na Espanha, veio com o título “O pior apagão da década no Brasil gera crise política” e afirmou que a oposição está acusando o governo de negligência na manutenção das linhas de transmissão. A publicação também citou que o presidente Lula teria convocado uma reunião de urgência para exigir uma explicação. O jornal Chicago Tribune também deu destaque ao assunto. O periódico levantou dúvidas sobre a preparação do país em receber os jogos olímpicos de 2016, citando que uma série de assaltos ocorreram durante o apagão nas proximidades do Estádio do Maracanã, onde serão realizadas as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos. O El pais, do Uruguai, também deu manchete ao apagão, dizendo: “O metrô nas cidades parou, telefones celulares deixaram de funcionar e o tráfico ficou caótico por falta dos semáforos, enquanto isso a polícia se colocou em alerta para a possibilidade de que bandidos aproveitassem a escuridão". Já os vizinhos argentinos noticiaram através do jornal Clarín que “um apagão deixou às escuras metade do Brasil, afetando cidades importantes como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte". Mesmo depois da normalização do abastecimento de energia, o episódio do apagão ainda continua obscuro. Segundo o dirigente do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Sauer, “é necessária uma apuração independente e detalhada dos eventos para que não se repitam. É difícil explicar que tenha caído uma linha, quanto mais duas ou três. É essencial localizar o problema, seja no sistema, seja no procedimento. Tudo o que acontece no setor elétrico tem extensão na área de energia. É preciso saber com que visão do mundo vamos tomar decisões estratégicas para o futuro”. Apagões no Brasil: O Brasil convive com o risco de apagões desde os anos 70. Desde então, já foram registrados mais de cinquenta blecautes. Um deles foi o de 1999, quando faltou luz durante quatro horas afetando 70% do território brasileiro e parte do Paraguai. Apesar de investimentos feitos com o advento do apagão no início da década de 2000, o Brasil continua vulnerável a blecautes. Em janeiro de 2005 houve um grande apagão que atingiu os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, afetando 3 milhões de pessoas. Em setembro de 2007, novamente os dois estados foram atingidos por desligamento de energia causado por problemas em Furnas. Inúmeros fatores podem contribuir para os apagões, como, por exemplo, o aumento populacional, o desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento industrial. A falta de energia por alguns minutos no ano é normal em todo o mundo. Em média, cada casa fica até dez horas sem luz por ano no Brasil. Mas vale citar que algumas atitudes básicas podem ajudar a eliminar novos blecautes e a principal delas é evitar o consumo desenfreado de energia elétrica. Nada de ficar horas no banho, ligar todas as luzes da casa ou dormir com a televisão ligada. Faça sua parte!
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A Usina Binacional de Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo e está instalada sobre o rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Aspectos como sua localização geográfica e a bacia hidrográfica à qual pertence, ou mesmo sobre a hidrografia do Brasil de um modo geral, podem ser cobrados na prova em função do apagão ocorrido no último dia 10. Fique ligado também nas aulas de física elétrica, pois o tema pode ser utilizado como gancho para questões dessa natureza. Fonte: www.vestibular.com.br |
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